E assim voltamos ao antigamente. Às tardes de disparates e gargalhadas sem mais nada em que pensar. Aos tempos do "diz que", do "tou parva" e do "ai eu não acredito!".
Mudou tanta coisa...E do pouco que não mudou, permaneceu o melhor: a mania do «percebes» e do «prontos», do abanar frenético do cigarro ao ritmo acelerado dos desabafos e das 'histórias do arco da velha'.
O cigarro, queimadinho até ao filtro [das tais que nunca muda] lá sucumbe, e as histórias lá continuam e as gargalhadas e o café que fica frio e vai na volta, mais uma cigarrada!
«Mas tu deixaste mesmo de fumar? É pena! Fumavas tão bem! Tavas profissional!»
De repente voltamos aos bons (os mesmos que na altura dizíamos serem os piores) anos do Colégio-do-Sr.-director-já-para-lá-de-decadente [ainda por cima babava-se que não era brinquedo!], da Sameirinho-que-comia-gelados-com-a-testa, das aulas que não íamos porque os desgostos de amor eram insuportáveis entre quatro paredes, dos cigarros fumados à chuva naquele que achamos por bem ser o nosso 'casal ventoso do tabagismo'...
Daquela amizade que entre risos, choros e bebedeiras, pistas de dança e colunasde som, chás das 5h (da manhã), curtes e amores impossíveis, jogos perigosos, juras mal feitas, nos deu dias tão intensos [e noites do catano!], talvez não tenha sobrado muito.
E do pouco que sobrou, sobrou o essencial: a mania do café na esplanada de sempre ao som das gargalhas, das confissões inconfessáveis, dos olhares indiscretos e das coisas que nunca mudam. Porque das que mudaram... nos cá estamos para recordar ;)
 
3 comentários:
Ou é da emoção que emprestaste à narrativa, ou é das horas passadas com o saramago, esta prosa soube-me mesmo bem... :) The world is waiting for your voice in (news)paper...
:)
I Hope So!
Obrigada.
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Tua, Marly
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