Thinking about

Duas horas! Bastaram duas horas para eu perceber mais de mim...
Estranho? Eu explico!
Do princípio: a outra ponta do cordão umbilical dizia, em tempos, que gostava de andar de autocarro porque era quando tinha tempo para pensar a vida.
Concordo. Não gosto de andar de autocarro, mas que dá para pensar... duas horas, então! É o verdadeiro prazer tântrico!
Como o meu equilíbrio não me permite fazer mais do que ouvir música quando a viagem é para a terra e feita de autocarro, bora lá dar uma espreitadela nas gavetas dessa tal que temos a mania (ou o deleite masoquista) de pensar, repensar, cortar, colar, implodir daqui, reconstruir dacolá!
E como já alguém que muito prezo dizia, o pensamento é como o hipertexto (eu sei que era o contrário, mas para o devido efeito, tem de servir assim!), o que em escassos segundos de hiperligação transforma o "gosto do final do dia quando está sol" em "tenho medo de..."
E está montado o enredo: a menina que tem medo do escuro, fascínio-repulsa pelas alturas, atracção pela aventura, mania da independência, receio dos sentimentos... é a mesma menina que tem pavor de não voltar a ver aquele sorriso, de esquecer aquela gargalhada, de perder aquela conversa, de não voltar a ter aquele beijinho e aquele abraço enquanto lhe segredam ao ouvido: "Tive saudadinhas tuas!"
Às vezes, duas horas fazem toda a diferença...
I´m Home (FINALLY!)