Vou voltar a cantar à chuva e conseguir bater os pés no ar como o Gene Kelly (e o Hélder Beja).
Vou tocar violino e dançar qualquer coisa, ouvir sorrisos e sentir gargalhadas. Vou continuar a aplaudir de pé. E vou rir. Por tudo e por nada. Mais pelo nada, que o tudo vai fartando.
Vou perder o vício de mexer nas orelhas e numa delas pregar um piercing.
Um dia vou ganhar coragem. Vou dizer mais vezes o que penso, vou ser mais racional, calar-me mais vezes e dizer outras tantas: Gosto. Vou ser menos racional.
Vou ter mais paciência, falar menos, controlar as vertigens e os impulsos e abraçar mais.
Um dia hei-de por a mochila às costas, ter uma cartola e queimar fitas. Vou vestir aquele vestido e vou fazer-te esperar. MUITO!
Vou encher o passaporte de carimbos, coleccionar copos, bilhetes, botões e fotografias. Um dia vou ter passaporte. Vou coleccionar vidas na minha e encher a caixinha, a vermelha e a de cartão.
Hoje será sempre o dia.
"Aproveitem a vida!" "Apreciem cada momento!" "Não deixem nada por dizer, nada por fazer!"
António Feio, 1954-2010
Até sempre!